Em suas três edições o Festival de Cultura da UFPR, realizado pelo Coletivo Soylocoporti foi protagonista na articulação dos movimentos culturais e artísticos na Universidade Federal do Paraná se propondo não ser apenas um evento de apresentações culturais, mas também um aglutinador desses movimentos em torno de várias questões pertinentes a área cultural local. Neste ano, somando-se ao trabalho do Pontão de Cultura Kuai Tema será realizado o Festival de Cultura do Estado do Paraná, segue abaixo um vídeo com imagens das três edições do Festival.
Dias de Reis – a história de uma companhia de Reis de Curitiba é um documentário de 26´ que retrata uma folia de Reis que há mais de 27 anos mantém esta tradição na capital do Paraná.
Gravado no Natal de 2008, este documentário conta a história de Inácio Belo dos Santos, de 81 anos, que há mais de 70 anos sai em folia de Reis. Residente no bairro do São Braz, em Curitiba, ele e sua companhia visitam as casas que querem receber a bandeira, do Natal até o dia 06 de janeiro.
A estréia será nesta terça-feira dia 07/04 às 19 hras no Intitito Goethe de Curitiba que fica na Rua Reinaldino S. de Quadros, 33 na frente da praça do Expedicionário.
Durante o Fórum Social Mundial ocorreu uma audiência pública que discutiu questões indígenas, no dia 31 de janeiro no campus da UFRA em Belém do Pará, e estiveram presentes lideranças indígenas de 25 estados juntamente com o Ministro da Justiça Tarso Genro e o Presidente da Funai Márcio Meira, o evento foi organizado pela COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.
Veja o vídeo abaixo:
E foi dado início a mais um Fórum Social Mundial, segue abaixo o vídeo produzido pelo Coletivo Soylocoporti com a parceria do Fórum de Tv’s que está instalado na Faculdade de Comunicação da UFPA durante o FSM de Belém .
Neste primeiro relato em vídeo procuramos transmitir as primeiras energias sentidas em Belém do Pará com relação ao Fórum Social Mundial 2009, conversamos com Marcela Santos sobre a organização dos alojamentos e acampamentos no Fórum e com a coordenação da Aldeia da Paz, o primeiro local a ser habitado por participantes do FSM dentro do campus da UFRAM, acompanhamos também o acendimento do fogo sagrado que ficará aceso até o fim do Fórum.
Segue abaixo este registro
Os primeiros registros oficiais sobre Extensão Universitária nos remetem aos idos dos anos 30 quando se percebe um entendimento marcado por modalidades de curso, conferencia, e assistência técnica rural voltada ao progresso da ciência (por meio da pesquisa) e a transmissão do conhecimento, podendo perceber-se um distanciamento do saber popular bem como uma “dicotomia” entre o ensino, a pesquisa e a extensão.Já no início dos anos 60, surge uma nova modalidade de extensão promovida pelo Movimento Estudantil, que discutia os problemas político-ideológicos e a educação no contexto nacional contrapondo-se a práticas assistencialistas e esporádicas que encontravam desvinculadas do projeto acadêmico da universidade.
Porém com a instalação do Estado Autoritário nesta mesma década essas experiências foram interrompidas e em 1966 é criado o projeto Rondon, sob a tutela do Ministério do Interior, que tendo como objetivo colocar os estudantes a serviço do Estado por meio do voluntariado e tirando da Universidade o seu papel problematizador no âmbito das questões político-socias brasileiras, pretendeu-se cooptar os estudantes a aderir ao modelo desenvolvimentista e tecnicista implantado no país naquele momento, que em 1968 através da Lei 5.540, que tratou a Reforma Universitária, vinha a confirmar um caráter de cunho assistencialista, desvinculado a Extensão Universitária do ensino e da pesquisa.
Após esse período de trevas para a democracia nacional, com a Anistia em 1979 e o fortalecimento da sociedade civil na década de 80 a população deixa de ser percebida pela comunidade acadêmica como mera receptora de conhecimento e de práticas produzidas no interior da academia, voltando uma relação transformadora entre a Universidade e as demais instancias sociais, instrumentalizando um processo dialético teórico/prático.
Contudo a flexibilização curricular já tornava-se um tema de discussão, no tocante à inserção dos estágios curriculares como atividades extensionistas tendo como meta fundamental atingir a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão que ficou firmado no Artigo 207, da Constituição Brasileira, em 1988, porém que ao lado dos ideais neoliberais, bem como o seu fortalecimento nas décadas de 80 e 90, o processo de “modernização” administrativa universitária passa a basear-se em modelos de práticas gerenciais que buscam “aumentar” a qualidade e eficiência dos serviços prestados, deixando o Currículo limitado a uma “grade”, que passa a valorizar as disciplinas organizadas em regime seriado, imprimindo uma visão linear e rígida de formação adotando o sistema de créditos que fortaleceu um pensamento conservador, liberal, privilegiando a manutenção do status quo, evidenciado no condicionamento da mão-de-obra e fortalecendo o tecnicismo curricular.
A Flexibilização, no entanto, busca substituir a lógica tradicional de organização de currículos sendo necessário o entendimento de que tudo o que se faz ou se vivencia em uma instituição de ensino superior é Currículo, concebendo-o como um processo não linear e rotineiro, onde as disciplinas deixam de ser verdades acabadas a serem repassadas e retransmitidas, fazendo com que a Universidade seja pautada por paradigmas democráticos, transformadores e forçando a instituição uma revisão de seus processos de pesquisa, ensino e extensão valorizando os saberes do senso comum, confrontados criticamente com o próprio saber cientifico, levando em consideração a sua relevância social.
Gustavo Castro
Fazer Greve é um direito constitucional, mas estamos a ponto de perdê-lo.
Os últimos acontecimentos políticos, fizeram a sociedade civil se voltar para a importância de sua participação política e social no dia-a-dia do País. As formas de manipulação e privilégios dado às classes mais altas (que detém o poder político no País) em detrimento dos trabalhadores não podem mais ser deixados de lado e diversos setores se mobilizam para garantir seus direitos.
Em meio a tantas políticas que visam retirar direitos historicamente adquiridos, não restam alternativas a não ser parar e chamar a atenção da sociedade para tudo o que está ocorrendo. Mobilizando e pressionando por mudanças, sem perder direitos. A FASUBRA (Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras) aprovou recentemente o indicativo de Greve Nacional, onde 34 Federais já estão paralisadas.
E aqui na UFPR não estamos em situação diferente, os técnicos aderiram à luta e reivindicam seus direitos. Na última quinta-feira, em Assembléia Geral o SINDITEST-PR aprovou a GREVE da categoria, iniciada nesta segunda-feira. O DCE-UFPR esteve presente e consideramos legítimas as reivindicações.
Sabemos da dificuldade de implementar uma greve, tanto quanto das dificuldades dos estudantes neste momento, pela falta do RU e outros serviços essenciais para o funcionamento pleno da UFPR. Julgamos benéfica essa mobilização, e por isso nos posicionamos favoráveis a paralização e contamos com o apoio dos estudantes, mobilização e participação de todos, para que esta alcance o mais rápido possível seus objetivos.
• Em defesa do Direito de Greve. A proposta encaminhada pela Casa Civil coloca como condicionante a presença de 2/3 da categoria numa assembléia. Deste modo torna-se inviável qualquer decisão futura sobre greve em qualquer categoria. É importante salientar que a perda deste direito causará prejuízo para a sociedade trabalhadora no futuro.
• Contra a desvinculação dos HUs das Universidades. Esta transformação acabaria com o caráter do ensino-pesquisa-extensão, perdendo a função social da Universidade neste segmento, além de desobrigar o Estado do seu financiamento e transferindo esta responsabilidade para as Fundações.
• Pela Retirada do PLP01/2007: que limita o aumento dos gastos com funciona-lismo público em 1,5% ao ano, até 2016. Isso significa que nos próximos 10 anos, não haveria aumentos salariais nem concursos públicos.
• Pagamento da insalubridade. Muitos dos técnicos trabalham em condições de insalubridade, conforme definido pelo Ministério do Trabalho. Porém não recebem o adicional deste tipo serviço.
• Pela Resolução dos impasses do Plano de Carreira. Resolução dos problemas como a questão dos aposentados, técnicos de ensino superior etc.
• Paridade nos Conselhos Superiores. Uma Bandeira conhecida dos estudantes que se UNE às reinvidicações dos técnicos. Hoje, por lei Federal, 70% da represen-tação nos Conselhos Superiores são de professores, 15% são de estudantes. E na UFPR os técnicos possuem apenas 6% de participação. Entendemos que é imprescindível para a consolidação da democracia nas universidades a paridade em todos os Conselhos.
No último domingo dia 25 o presidente venezoelano Hugo Chávez assinou um decreto desapropiando cerca 330 mil hetares de terra destinando os “para aprofundar a reforma agrária da revolução socialista”. Desde que assumiu o poder e com o grande apoio popular já foram desapropiados quase 2 milhões de hectares sendo 49% repasasadas a camponeses destinados a formação de cooperativas populares e 40% para fins estratégicos estatais, por isso o coletivo Soylocoporti, o grupo Vientosur e o Instituto Bolivariano do Saber – IBS assinam um manifesto dirigido ao povo venezoelano e ao presidente Hugo Chávez.
Receba nosso incondicional apoio relativo á expropriação dos 330 mil hectares que serão destinado a reforma agrária. Fatos desta relevância nos mostram claramente o compromisso do atual governo com o seu povo, que ao longo de séculos foi submetido a incontáveis mostras de escravidão, e que hoje brota mais uma vez a esperança…
Sr. Presidente, povo irmão da Venezuela, podem contar conosco, na luta pela libertação da nossa terra prisioneira…
Grupo musical-cultural Vientosur
movimento pela integração latino-americana “soylocoporti”
Instituto Bolivariano do Saber – IBS
Chega o dia que tanto esperei, dia 20 de julho foi dia em que entramos dentro das minas de Potosí, mesmo sabendo que viríamos para esta cidade com o objetivo de ver todo o absurdo relatado nos livros de Eduardo Galeano e que agora sei que continua sendo feito até hoje. Desde que cheguei em Potosí senti um misto de medo e receio do que fosse ser visto por lá.
Logo cedo pegamos uma van na frente de nosso hotel e conhecemos Renán Velásquez Vallejo, quem iria nos guiar este dia, a partir desse momento tive certeza do que eu já imaginava, que de fato este nao seria nem de perto um passeio turístico. Renán é filho de um mineiro cujo pai faleceu aos 51 anos (idade já avancada para um trabalhador das minas, que geralmente depois que comecam a trabalhar tem uma expectativa de vida de 20 a 30 anos, devido ao acúmulo de arsenico nos pulmoes), e irmao de um chefe sindical do sindicato dos mineiros de Potosí, ele nos contou como os povos originários foram obrigados a trabalhar nas minas que fizeram de Potosí a ciodade mais rica do mundo durante mais de dois séculos e que sustentaram várias monarquias européias neste período.
Ficamos sabendo que os primeiros índigenas a entrar nestas minas se recusaram a trabalhar pois ouviram uma voz muito clara vindo de dentro da montanha para que nao retirassem a riqueza de lá de dentro pois aquilo seria útil para seus descendentes futuros, e como a Igreja Católica com a catequizacao contrubuiu com que os povos originários fossem arrastados a um estado de servidao.
Os sincretismos vistos entre a religiao Católica e o modo de vida indígena sao muitos, desde a entrada na mina pudemos ver que ali os trabalhadores fazem rituais toda a primeira sexta-feira do mes quando sao sacrificadas llamas e seu sangue e jogado na entrada da mina e oferecido a Deuses, eles dizem; “Damos o sangue das llamas para que a mina nao queira ficar com o nosso propio sangue…”, conhecemos a figura do “Tios” representado por uma estátua com chifres no interior da mina e que no período colonial tinha a funcao imposta pela Igreja de ser temido pelos trabalhadores que nao quisessem trabalhar e que depois do período colonial mudou de significado e tornou-se uma figura, que como até hoje é objeto para realizacao de oferendas em que se oferecem bebidas e cigarros para que o “Tios” deixe que a riqueza da mina seja extraída e que os ajude a encontrar boas veias de prata para serem extraídas.
A sensacao de entrar na mina de Santa Helena que ainda hoje está em processo de extracao ativo é assustadora, cada vez descemos mais fundo passando pelas passagens mais estreitas que podia imaginar, a falta de oxigenio e as explosoes de dinamites que ouvi a distancia foram apavorantes. Dentro da mina o único idioma falado pelos mineiros é o Quéchua e pude ajudar a tres deles a empurrar um carrinho com quatro toneladas de minério por uns cem metros. Ficamos duas horas dentro das minas e ao sair, durante o caminho de volta a cidade, notei um silencio angustiante por parte de todos os companheiros da visita.